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MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA
Indicações de autores do Grupo Novo Século.

20 de novembro é o dia da Consciência Negra, marco do assassinato de Zumbi dos Palmares em 1695, um dos últimos líderes que defendiam o Quilombo dos Palmares das expedições de tropas coloniais brasileiras que queriam escravizar os negros que fugiam para lá. Zumbi foi decapitado em uma emboscada e teve sua cabeça exposta em praça pública; a data foi oficialmente instituída somente em 2011.

Assim como em outros movimentos, os questionamentos socioculturais carregados por essa representação têm um reflexo importante e especial na literatura, foco desse blog. Em uma famosa pesquisa de Regina Delcastagnè sobre os romances brasileiros, ela analisou obras publicadas no Brasil entre 1965 e 2014, chegando em resultados como o de que 72, 7% dos autores contemporâneos que publicam por meio de editoras são homens; 93,9% são brancos. Desse perfil, saem personagens que seguem o mesmo nível de realidade, atrasando a diversidade, representatividade e instrumento de resistência que a literatura é.

Nessa data, trazemos algumas recomendações de obras publicadas pelo Grupo Novo Século. Confira a seguir:


- Roxane Gay (Má Feminista)


Roxane é ensaísta, escritora e ativista norte-americana. Aos 12 anos, sofreu um estupro coletivo, o que a levou a usar seu corpo como escudo para evitar futuros ataques semelhantes, chegando a engordar até os 262kg. Ao falar sobre esse trauma, defende que expressar as experiências que já viveu pode ajudar outras mulheres a não se sentirem sozinhas. 

Hoje, Roxane tem 45 anos, muitas de suas obras de sucesso pelo mundo e acredita que o feminismo é mais necessário do que nunca, mas que prefere ser uma má feminista do que não ser uma.

Neste título, Roxane Gay disserta sobre seu constante "fracasso" como feminista. Defende a igualdade entre mulheres e homens em aspectos sociais, culturais e profissionais, mas acredita que não alcança o patamar de "boa feminista" - com tantos estereótipos que o adjetivo carrega. Portanto, criou essa expressão cômica para se referir a si dentro do movimento. O texto traz um debate sobre o feminismo atual e suas contradições e revela que inclusive dentro do feminismo existem mulheres com imperfeições. Um dos capítulos mais famosos é o de união entre mulheres - "Como fazer amizade com outra mulher" -, ensaio que critica a cultura de mulheres competirem entre si.


- Rodrigo Silva (O Ceticismo da Fé/A Bíblia de Álef a Ômega)


O autor é uma das maiores figuras brasileiras de conhecimento e estudo da Bíblia, graduado em Teologia e Filosofia, doutorado em Arqueologia Clássica, professor de Teologia e Arqueologia do Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP) e curador do museu da universidade. Além disso, apresenta o documentário semanal “Evidências”, pela TV Novo Tempo. É autor de um livro importante para a comunidade cristã, “O Ceticismo da Fé”, um profundo estudo sobre a existência de Deus e da fé, se destacando pelo olhar paradoxal de Rodrigo, este tão bem reconhecido por suas teorias e saberes científicos. Outro livro que publicou pelo selo Ágape é “A Bíblia de Álef a Ômega”, que mostra como a Palavra de Deus chegou aos nossos dias e por que é digna de credibilidade.


- Jason Reynolds (Miles Morales: Homem-Aranha)


Jason tem 36 anos, o autor hoje é um conceituado autor de ficção e poesia para jovens e adultos. Os seus livros receberam vários prémios e nomeações. Uma de suas obras já foi finalista do National Book Award, bestseller do New York Times e considerada um dos melhores livros de 2016 pela Kirkus e pela Publishers Weekly.

O desejo de Reynolds é nunca escrever livros chatos. “Isto é o que eu sei: há muitos — MUITOS — jovens que odeiam ler. Eu sei que muitos desses inimigos de livros são rapazes. Eu sei que muitos desses rapazes que odeiam livros, na verdade, não odeiam livros, odeiam o tédio." 

O selo Geektopia publicou a HQ “Miles Morales: Homem-Aranha”, e é uma visão inédita de um dos heróis mais populares e adorados dos quadrinhos Marvel. Pela primeira vez, temos um Homem-Aranha negro e de família hispânica. A história jovem e próxima do leitor adolescente é um trunfo de Jason Reynolds, autor promissor e aclamado por seus primeiros trabalhos. Ele consegue dar profundidade aos dramas adolescentes que são característicos do personagem, sem deixar de abordar também temas atuais e importantes, como o racismo.


- Jesse J. Holland (Pantera Negra)


Jesse J. Holland é um autor best-seller conhecido por seus livros de não ficção, além de ser um longevo fã de histórias em quadrinho e de ficção científica. Autor do romance juvenil Star Wars: The Force Awakens – Finn´s Story, também coescreveu a saudosa e querida-por-ninguém-a-não-ser-uma-dúzia-de-fãs tirinha Hippie and the Black Guy. Atua como repórter da Associated Press de Washington, D.C., cobrindo assuntos relacionados à raça e etnia. Atualmente, mora na cidade de Bowie, Maryland, nos Estados Unidos, com sua esposa e seus filhos.

A Novo Século publicou a HQ “Pantera Negra: quem é o Pantera Negra?”, a obra é um romance inédito escrito a partir dos quadrinhos de Reginald Hudlin e John Romita Jr., que reconta a história do primeiro herói de ascendência africana não só da Marvel como de todas as grandes editoras de HQs norte-americanas, criado por Stan Lee e Jack Kirby.


- Marcelo Marrom (Fé Demais: História de fé e humor/Não Durma Antes de Sonhar)


Marrom é casado e pai de três filhos. Músico compositor, sempre teve o humor afiado, mas só descobriu que poderia se sustentar com suas piadas há sete anos, quando ingressou no grupo Deznecessários, na época em formação. Marrom entrou para o grupo com apenas uma função: tocar violão nas esquetes musicais. Mas logo foi tomando gosto por fazer rir, e, arriscando uma piada aqui e outra ali, acabou se tornando um dos destaques do grupo. Com o fim dos Deznecessários, Marrom montou com Rodrigo Capella o espetáculo Comédia em Preto e Branco. A peça vem conquistando crítica e público por todo o Brasil. Na TV, Marrom teve uma passagem rápida pela Rede Record e hoje integra o elenco do programa Altas Horas da Rede Globo de televisão. Para escrever Fé demais, Marrom mergulhou fundo no universo da fé e das coisas impossíveis, fez uma análise de tudo que viveu e conquistou, e relatou de maneira pra lá de bem-humorada as aventuras e desventuras de quem sempre acreditou que tudo é possível.